Festas típicas populares
Imagem: By Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
O Carnaval surgiu na Antiguidade das manifestações pagãs gregas e latinas para comemorar a colheita dos grãos. Estas celebrações ocorriam no mesmo período da preparação para a Páscoa cristã e a igreja católica valeu-se disso para inserir seus conceitos cristãos e converter fiéis durante este período.
Comemorado por 4 dias em fevereiro ou março, o Carnaval brasileiro tem assim suas datas anuais baseadas na data da Páscoa cristã (mais precisamente 47 dias antes da Páscoa).
A mais famosa das festividades brasileiras é comemorada em todo país e de diferentes formas.
No Rio de Janeiro e São Paulo realizam-se desfiles e competições de escolas de samba em áreas específicas denominadas sambódromos. Durante meses, cada escola de samba (clubes comunitários e centros da vizinhança) cuida de todos os preparativos para participação em desfiles e competições. Fantasias, samba-enredo e carros alegóricos são produzidos para esse fim. Durante os desfiles, cada escola apresenta ao público e aos jurados seu tema através de exuberantes fantasias (divididas em alas), dança e música (samba-enredo). O Mestre-Sala, a Porta-Bandeira e a Ala das Baianas são componentes obrigatórios em todas as apresentações de cada escola de samba.
No nordeste (origem em Salvador-BA), comemora-se através dos blocos de carnaval de rua e trios elétricos. Caminhões carregando instrumentos musicais e artistas conhecidos desfilam pelas ruas e pessoas vestindo abadás (camiseta de identificação dos integrantes de cada bloco) seguem-nos dançando e cantando.
E em várias outras localidades, celebra-se com bailes à fantasia em clubes.
Imagem: By Agecom Bahia (Flickr: São João no Pelô)
Trazida ao Brasil pelos portugueses e franceses, a Festa Junina tem origem nas festas dos santos católicos populares em Portugal.
É comemorada durante todo o mês de junho, principalmente nos dias 13, 24, e 29 de junho - dias de Santo Antônio, São João e São Pedro respectivamente.
As festividades são marcadas por inúmeras tradições e algumas particularidades de cada região do país, sendo também bastante comemoradas em escolas.
Regra geral, inicia-se com a montagem de barracas em espaços abertos denominados de arraiais. Estas áreas são sempre decoradas com bandeirinhas e balões de papel colorido e com fogueiras.
Como esta época coincide com o tempo de colheita do milho, vários dos pratos típicos da festa - pamonha, curau, canjica, broa, bolo, quindim, pipoca - são feitos à base deste alimento. Doces como pé-de-moleque, paçoca, bom-bocado, cocada, arroz-doce e a bebida quentão (vinho ou cachaça quente com especiarias) integram o cardápio.
Há também o mastro de São João contendo a imagem dos três santos padroeiros. Ele é levantado durante as cerimônias como sinal de devoção a Santo Antônio, São João e São Pedro.
O uso de trajes típicos são uma referência ao povo campesino. Os homens usam chapéu de palha, camisa xadreza, calça de retalhos e as mulheres vestidos de renda e chita, chapéu de palha e trança.
A dança da quadrilha (sempre realizada em pares e inciada pelo "noivo" e "noiva" da festa), a queima de fogos de artifício, o uso de bombinhas e as músicas comuns nos bailes de roça (tocadas no acordeão e triângulo em compasso binário) compõem o perfil tradicional destes festejos.
Brincadeiras como correio elegante (envio de bilhetes românticos anônimos), fazer simpatias (pedidos feitos aos santos padroeiros da festa), casamento matuto, a dança do Pau de Fitas, bingos e sorteios estão quase sempre presentes.
Imagem: By lobotalita (Own work)
A Folia ou Festa de Reis é uma festa católica originária da Espanha. É uma celebração em homenagem aos Três Reis Magos.
Comemorada em várias regiões do Brasil, inicia-se no final de dezembro, durante os festejos de Natal, estendendo-se até o dia 6 de janeiro - data em que os Reis Magos visitaram o Menino Jesus pelo seu nascimento.
As festividades são caracterizadas por grupos organizados que saem pelas ruas cantando músicas em louvor aos Três Reis Magos e visitando as casas de fiéis (conhecidos como "festeiros").
Estes grupos são compostos por músicos (tocando instrumentos artesanais, viola, acordeão, gaita, tambores, entre outros), cantores, dançarinos, figuras folclóricas locais e palhaços.
O líder do grupo é o Mestre da Folia sendo ele o responsável pela condução da procissão, improvisação dos versos cantados nas residências e pela transmissão oral deste costume às novas gerações. As procissões partem e retornam de sua casa ou do domicílio de alguém que, por motivo de promessa, financia as despesas dos festejos.
A bandeira (chamada de "Doutrina") é um símbolo fundamental da festa. É feita de panos brilhantes e contém a imagem dos Três Reis Magos. Carregada pelo bandeireiro, ela é apresentada, através de rituais tradicionais, ao dono da casa a ser visitada.
A visita dos foliões aos "festeiros" tem como objetivo receber doações e repassá-las a instituições com fins filantrópicos.
Na chegada a uma residência, o Mestre da Folia canta pedindo permissão para entrar. O dono da casa, por sua vez, deve oferecer comida e bebida aos foliões.
Ao final da refeição, o grupo faz a canção de despedida em agradecimento pelos donativos e acolhida e segue em vista a outros festeiros.
Em Salvador-BA, a Folia de Reis é comemorada com algumas particularidaes como o desfile dos Ternos de Reis, missa celebrada na Igreja da Lapinha e montagem de um presépio em tamanho natural e barracas de comida, bebidas e jogos.
Celebração folclórica amazônica que acontece anualmente no último final de semana de junho na cidade de Parintins-AM.
Realizado por um período de 3 noites num espaço a céu aberto denominado Bumbódromo, este festival retrata temas e lendas regionais, rituais indígenas e costumes da população ribeirinha através de desfiles, músicas, fantasias e encenações.
O ponto mais importante das apresentações é a disputa entre os dois principais grupos participantes: BOI GARANTIDO (representado pela cor vermelha) e o BOI CAPRICHOSO (representado pela cor azul).
Estes dois grupos cantam por 2,5 horas toadas (músicas típicas) com referência a mitos e lendas da Floresta Amazônica, tocam instrumentos (batuques, berrantes) e apresentam coreografias através de componentes exigidos em 22 quesitos para avaliação.
No ápice da apresentação, há a encenação da lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina - que conta a história de Morte e Ressurreição de um boi.
A participação das torcidas "vermelha" e "azul" também conta no julgamento. Durante a apresentação de um Boi, somente o seu grupo pode celebrar enquanto o outro precisa manter-se em absoluto silêncio, podendo usar somente a palavra "contrário" para se referir ao outro Boi.
O jurado é composto de 6 pessoas estudiosas da arte, cultura e folclore brasileiro, vindas de outras regiões do país e sorteadas na véspera do Festival.